O interfone toca. O garoto vem avisar: é dona Janira. A senhora recebe a notícia um pouco decepcionada, esperava que fosse outra pessoa. Num repente, como se tivesse se lembrado de algo, avança sobre o pacote de pães deixado sobre a mesa. “Vou esconder este pão, não quero que esta mulher coma”. Abre o armário rapidamente, enfia o pacote lá dentro, empurra a porta com veemência. Age com destreza inesperada para seus noventa e sete anos apoiados numa bengala. Neste instante, a mulher, dona Janira, entra. E a flagra nesta posição, o corpo largo inclinado para o armário, as mãos fechando a porta, uma expressão de quase susto que poderia delatá-la.
A cumprimenta sorrindo e diz, oferecendo uma sacolinha:
- Trouxe uns pãezinhos para a senhora, dona Lucinda.
A cumprimenta sorrindo e diz, oferecendo uma sacolinha:
- Trouxe uns pãezinhos para a senhora, dona Lucinda.
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